A expectativa da aposentadoria facilitada por uma suposta especialista em pedidos de benefícios junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) virou pesadelo para inúmeras pessoas em Pelotas e outras cidades gaúchas. Investigação da 2ª Delegacia de Polícia do município do Sul do Estado desarticulou o esquema de uma mulher que cobrava R$ 500,00, em média, para ingressar com processos na autarquia federal. O número de vítimas pode ser superior a mil pessoas.
"Na manhã desta terça-feira (28) foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência e no escritório da suspeita, ambos no bairro Três Vendas, em Pelotas. Nossa equipe apreendeu centenas de documentos de pessoas que confiaram a aposentadoria a mulher, mas ao longo do tempo, com respostas evasivas da criminosa se davam conta de que estavam sendo enganados. Ela, inclusive, alimentava a ideia de que era advogada e enrolava as vítimas com falsos processos, documentos e protocolos para dar uma aparente realidade do seu trabalho", afirmou o Delegado Titular da 2ª DP, César Nogueira.
Pelos documentos analisados durante as buscas foi possível perceber vítimas de várias cidades gaúchas como Canguçu, Morro Redondo, Canoas, Porto Alegre, entre outras. "Ao longo dos anos ela conseguiu estabelecer uma grande rede de pessoas que indicavam seus serviços.
Assim, foi criando uma estrutura de atendimento diário e induzindo cada vez mais pessoas a erro. A cobrança da suposta entrada em processo administrativo variava, mas a média era de R$ 500,00. Digo suposta, pois grande parte das vezes ela sequer protocolou os procedimentos no INSS.
Somente em um dia, em um extrato bancário apreendido na casa da suspeita, ela recebeu mais de R$ 35 mil [trinta e cinco mil reais] em depósitos de vítimas", destacou César Nogueira.
O Delegado disse que, com a autorização do Poder Judiciário, fez uma primeira análise do smartphone da suspeita. "Somente entre o horário de cumprimento dos mandados e a finalização do interrogatório da mulher mais de cinquenta pessoas mandaram mensagem a ela perguntando como estava o processo. Isto dá uma proporção da imensidão de vítimas que sofreram com a fraude", informou o Delegado. Após a análise de todo material apreendido, a autoridade policial deve dar encaminhamento ao relatório final do Inquérito Policial, no qual a mulher deve ser indiciada por estelionato e falsificação de documentos.
O trabalho de investigação também está procurando informações sobre a participação de outras pessoas.
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