(Foto: Elio Bandeira-Simers) |
Os
quatro cirurgiões do Hospital de Caridade de Canguçu (HCC) paralisaram as atividades à
meia-noite desta sexta-feira (24) por tempo indeterminado. A direção da
instituição apresentou algumas propostas a fim de que os serviços não sejam
prejudicados, mas as negociações para a retomada do atendimento só devem
ocorrer depois do Carnaval.
Os cirurgiões não recebem salário integral há um ano e decidiram
pela greve em assembleia na última quarta-feira, após o término dos 30 dias de
prazo dado ao hospital para que os pagamentos fossem regularizados. Os demais
médicos especialistas estipularam o dia 9 de março como data limite para que o
HCC deposite seus salários, caso isso não ocorra, todos os serviços de
atendimento serão interrompidos.
Em nota
o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) alerta para um fechamento
total da casa de saúde.
Para que a situação não chegue a esse ponto, a direção busca um
acordo com os funcionários, informou o presidente do HCC, Armando Morales. “Na
quinta-feira nos reunimos com os médicos e apresentamos propostas”, disse ele,
que espera resolver o problema após o feriado. O presidente não revelou qual
foi a oferta, apenas reiterou que o maior objetivo no momento é conseguir pagar
o corpo clínico.
Uma alternativa para colocar as contas em dia, não descartada
pela direção do hospital, é o apoio da própria comunidade.
Segundo Morales, a possibilidade está em análise para que se
encontre uma forma de os canguçuenses contribuírem com a instituição, neste
momento difícil que o hospital enfrenta.
Investigação
A Câmara de Vereadores de Canguçu aprovou na última quarta-feira, por
unanimidade, um pedido de abertura de CPI para investigar a aplicação de
recursos públicos no Hospital de Caridade nos últimos dez anos, buscando
alternativas para viabilizar o funcionamento da instituição.
Os trabalhos devem começar na próxima quinta-feira, informou o
presidente da Câmara João Durão (PRB), que na semana que vem entrará em contato
com o Tribunal de Contas e o Ministérios Público, a fim de conseguir apoio para
o andamento do processo, que demanda muitos gastos.
A comissão será presidida pelo vereador Neviton Nornberg (PDT),
o secretário escolhido foi Augusto César da Silva (PSB) e o relator Luciano
Bertinetti (PMDB). O presidente do HCC se mostrou totalmente favorável à investigação
e disse que irá cooperar com o que for preciso. “Precisamos manter a
transparência”, afirmou ele.
Informações do Diário Popular
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