PRIMEIRA SEMANA DO ANO MARCADA POR EXTREMOS NO CONE SUL
O ano de 2017 começa com a atmosfera
muito ativa e com fenômenos extremos no Cone Sul da América.
Uruguai, Argentina e
o Sul do Brasil são as áreas mais castigadas nesta primeira semana do ano.
Começando a síntese mais ao Sul, gigantescos incêndios que se iniciaram ainda
em 2016 se agravaram muito no início de 2017 em províncias argentinas. As áreas
mais afetadas foram Rio Negro, La Pampa e o Sul de Buenos Aires.
Somente neste
sábado foi contido o fogo em La Pampa, onde foram queimados mais de 800 mil
hectares e perdidas 70 mil cabeças de gado entre as chamas. A Sociedade Rural
da Argentina em manifestação descreveu a situação como de desespero e
“apocalíptica”.
No Centro da
Argentina, o oposto. Excesso de chuva. Mais de mil pessoas foram desalojadas na
última semana no Sul da província de Santa Fé e no Noroeste da província de
Buenos Aires em consequência das enchentes. Extensas áreas de cultivo ficaram
debaixo d’água. Em algumas localidades da região choveu 400 mm em apenas quatro
dias.
No Uruguai, a capital
Montevidéu foi assolada por violenta tempestade severa na terça-feira. O vento
chegou a 160 km/h na região portuária da Ciudad Vieja. Vidros quebraram com a
força do vento no centro de Montevidéu. Centenas de árvores caíram em partes da
cidade. O fenômeno responsável pelo vento destrutivo foi uma corrente
descendente de vento violenta chamada de microexplosão ou em Inglês
“downburst”. Este temporal em Montevidéu foi considerado um dos piores da
história recente da capital do país vizinho. No mesmo dia, tempestades causaram
estragos no departamento uruguaio de Rocha.
Aqui no Rio Grande do
Sul, fenômenos atmosféricos extremos também causaram danos na primeira semana
do ano. Na tarde da quarta-feira, chuva torrencial castigou a Grande Porto
Alegre com muitos alagamentos na Capital e área metropolitana. Canoas foi uma
das áreas mais afetadas. Já na quinta viria o pior.
Evento isolado de
chuva com volumes excepcionalmente altos entre São Francisco de Paula,
Riozinho, Rolante e Maquiné gerou enchente relâmpago que inundou a área urbana
de Rolante na maior inundação até hoje observada na história da cidade.
Foi um volume de
chuva tão extraordinário, que não se tem noção exata pela baixa densidade de
pontos de medição na região, que se formou verdadeira parede de água nos vales
rumo às cidades e que propiciou a súbita cheia. Os vales se transformaram em
verdadeiras “calhas” para o imenso volume de água precipitado sobre os morros,
onde foram observados centenas de deslizamentos. As encostas “derreteram”, nas
palavras de agente da Defesa Civil, o que evidencia a severidade do evento de
chuva. Houve uma onda de água, lama, rochas e madeira das árvores. A vazão
desta lama da enchente no Vale do Paranhana alcançava ontem o Vale do Sinos,
comprometendo a captação de água do Rio dos Sinos pela altíssima turbidez.
A MetSul está
alertando que esta primeira metade da semana, entre este domingo até quarta,
terá um cenário propício a novos temporais com chuva localmente torrencial com
volumes muito altos e ainda ocorrências isoladas de granizo e vento forte na
mesma área castigada agora na primeira semana do ano.
Novamente, o Centro
da Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul podem ter episódios de tempo
severo.
(Fotos de Hernán
Zenteno do La Nación, Telenoche/Monte Carlo – Canal 4, e Edna
Cardoso/Prefeitura de Rolante)
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