O julgamento popular de um crime que chocou a
comunidade de Cristal, na Zona Sul do Estado, levou grande número de pessoas ao
Fórum de Camaquã para assistir ao Júri, que se estendeu por quase 24 horas, nos
dias 2 e 3 junho. Ao final, os jurados acolheram a tese principal do Ministério
Público que, no plenário, pediu a condenação dos réus sustentando a denúncia
oferecida à Justiça. Fernando Ehlert acabou condenado a 28 anos de prisão e o
seu filho André a 22 anos pela prática de dois homicídios duplamente qualificados,
seguidos de destruição de cadáver.
Contudo, os Promotores de Justiça Lucio Preto e Michael Flach ingressaram com recurso de apelação contra a pena fixada, por entendê-la desproporcional, diante das circunstâncias e gravidade dos crimes. A complexidade do caso mobilizou toda a equipe da Promotoria que colaborou nos trabalhos.
O fato ocorreu as vésperas do Natal de 2012, ocasião em que Fernando e André, pai e filho, aguardaram durante a noite as vítimas Renato (irmão) e Jaquelaine (cunhada) de Fernando Ehlert chegarem em casa, para de emboscada atacá-las, matando-as com sucessivos golpes de pé de cabra desferidos contra a cabeça.
Após, durante a madrugada, os corpos foram transportados no próprio veículo das vítimas até uma estrada não pavimentada no interior de Canguçu, sendo o automóvel abandonado e incendiado com Renato e Jaquelaine no seu interior, de modo a não deixar maiores vestígios e para simular um assalto.
Ficou apurado que o crime foi praticado por ganância e inveja, na medida em que os réus não estavam conformados com a divisão de patrimônio, na qual receberiam valores em dinheiro, enquanto que as vítimas assumiriam o comando de uma Ferraria da família.
MP/RS
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