Em sessão extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (11), a Assembleia Legislativa aprovou, em 1º turno, a proposta de emenda constitucional (PEC) do deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) que "institui proteção e imutabilidade" dos símbolos do Rio Grande do Sul, como o hino. Foram 38 votos favoráveis e 13 contrários.
A votação foi acompanhada das galerias por manifestantes favoráveis e contrários ao projeto. A PEC precisará ser aprovada também em segundo turno.
"Nós somos um só povo. A bandeira do estado do RS traz escrito liberdade, igualdade e humanidade. É a tradição e a nossa história que nos mostram que nós somos um só povo", disse, em plenário, Lorenzoni.
Para o deputado Matheus Gomes (PSOL), um dos membros da bancada negra, "imutabilidade dos símbolos é algo que não existe em um regime como o nosso".
''Essa ideia tem um objetivo muito direto: tentar impedir que a sociedade do Rio Grande do Sul construa uma reflexão sobre elementos da nossa cultura que, infelizmente, preservam uma tradição oriunda do período do colonialismo, do período da escravidão", avaliou.
O trecho do hino do Rio Grande do Sul considerado racista por parlamentares da bancada negra gaúcha e movimentos sociais diz que "povo que não tem virtude acaba por ser escravo".
A votação da proposta havia sido adiada duas vezes. Na semana passada, não se chegou ao número necessário de parlamentares. Na ocasião, alguns deputados que apoiam o projeto se declaram ausentes.
Referendo
Os parlamentares também aprovaram a proposta que prevê que qualquer tentativa de alteração nos símbolos oficiais precisa passar, primeiro, por um referendo. De autoria do deputado Luiz Marenco (PDT), o projeto recebeu 39 votos favoráveis e 13 contrários.
No plenário, Marenco lembrou da carreira como artista e citou que canta o hino rio-grandense há 35 anos. O deputado alegou que a intenção do projeto é ''preservar a cultura e proteger os símbolos do RS''.
G1 RS
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