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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ex-líder de torcida do Inter é assassinado em Porto Alegre

Polícia não descarta nenhuma possibilidade, mas acredita que crime esteja ligado ao tráfico

Apontado como um dos líderes da torcida Guarda Popular, do Inter, Hewerton Luís Santos Apratto, o Bóris, 26 anos, foi assassinado no Beco do Adelar, na zona sul de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (12). O crime foi cometido por criminosos que invadiram a casa onde ele morava, por volta das 6h.

Conforme a Polícia Civil, os bandidos usaram dois carros - um Prisma e um Ka - para subir o beco e parar exatamente na frente da residência. Eles anunciaram serem policiais, arrombaram a porta e atiraram várias vezes. Os assassinos fugiram em alta velocidade e não foram encontrados pela Brigada Militar.

A 4ª Delegacia de Homicídios investiga o caso. O delegado Eibert Moreira Neto não descarta uma motivação relacionada com a torcida. No entanto, para ele, a hipótese mais forte é de que o crime seja relacionado ao tráfico de drogas. O Beco do Adelar é alvo constante de conflitos entre facções criminosas. Os investigadores já têm até delimitado quem são os grupos que se digladiam no local e, por isso, já possuem suspeitos.

Bóris estava morando no local há cerca de 30 dias. O delegado afirma que a vítima conheceu os traficantes do Beco do Adelar enquanto esteve no Presídio Central, após ser preso no ano passado, acusado de um arrastão em uma parada de ônibus na Avenida Nilo Peçanha, no bairro Bela Vista. Depois disso, de acordo com a polícia, foi até a vila para, supostamente, reforçar o time contra bandidos rivais, que querem tomar os pontos de venda de drogas.

— A nossa suspeita é de que tenha relação com o mesmo conflito que já existia em 2016, de outra facção, da Vila dos Sargentos, querendo tomar liderança e pontos de tráfico — diz Moreira Neto.

Os conflitos de 2016 na região resultaram na morte do empresário Marcelo de Oliveira Dias, 44 anos, no estacionamento do Zaffari da Cavalhada. À época, a Polícia Civil confirmou que ele foi confundido pelos assassinos por usar o mesmo carroque o traficante responsável pelo Beco do Adelar, Anderson Nunes Leandro, conhecido como "E.T.", que seria o real alvo.

A polícia também vai investigar se o crime pode estar relacionado a uma recente prisão de um dos envolvidos com o tráfico na região. Apontado como um dos sucessores no comando da facção, um sobrinho do traficante "E.T." foi preso na segunda-feira (11) pela Polícia Civil.


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