Quem liga para a rodoviária de Piratini e pergunta sobre a linha, recebe uma resposta quase que automática: “Está parada e não tem previsão de volta”. (Foto: Evaldo Gomes - Especial - DP) |
Passageiros da linha
Canguçu-Piratini, feita de ônibus pela empresa Embaixador, encaram a suspensão
do trajeto há um mês devido às más condições da ERS-265. A estrada é de chão e
sofre com a falta de manutenção e as chuvas.
A situação tem impedido o embarque
e desembarque especialmente de moradores da zona rural entre os dois
municípios. Quem liga para a rodoviária de Piratini e pergunta sobre a linha,
recebe uma resposta quase que automática: “Está parada e não tem previsão de
volta”.
A estudante Caroline Quevedo, 21, é uma das pessoas afetadas. Mora no
centro do município, a 25 quilômetros da família. Ela depende do transporte e
diz que desde então não pode visitar os pais em Rodeio Velho, na zona rural.
“Prejudica a mim e a outras pessoas. Tem gente que vem receber a aposentadoria
em Piratini, por exemplo.”
A viagem é feita em pouco mais de uma hora de carro;
mais de uma hora e meia de ônibus para 60 quilômetros de trajeto. “O pessoal tá
ansioso. Ligam e ligam pra saber quando a linha vai voltar”, diz Saulo Meggiato
Silva, fiscal da Embaixador em Canguçu. “Há anos essa situação. Até caminhão já
tombou, carros pequenos não passam”, afirma. Em dias de chuva a situação piora.
Além do tráfego de caminhões de madeira em direção ao Porto de Rio Grande que,
pelo peso, danifica ainda mais a estrada. Como alternativa, passageiros de
Canguçu viajam primeiro para a rodoviária de Pelotas, onde embarcam em um
ônibus para Piratini. O trajeto fica mais longo e mais caro.
Antes era feito às
9h ou às 18h todos os dias, com custo de R$ 16,00 por passagem. Agora, com as
viagens a Pelotas, gastam R$ 72,00 na ida e volta. “Quando eles voltam pra
Canguçu já tá tarde e o transporte público para. Então tem mais um gasto com
táxi”, completa.
Os usuários da linha em Canguçu são principalmente moradores
do distrito Iguatemi, segundo o funcionário. Carlos Alberto Canieles, gestor
operacional da empresa, diz que a linha esteve suspensa por várias vezes ainda
este ano, foi retomada e suspensa de novo. Segundo ele, as chuvas pioraram o
local, deixando alguns trechos intrafegáveis.
Daer contesta período de
suspensão
Jorge Oleques, superintendente do Daer em Pelotas, contesta que a
linha esteja suspensa há um mês. Afirma ter recebido a notificação da
Embaixador nesta quarta-feira (4) e que está tentando firmar um contrato com a
empresa Ecopav para estabelecer um cronograma de intervenção na estrada, junto
com caminhão para o transporte de material de recapeamento. O superintendente
prevê que o trabalho seja feito no máximo em dez dias. “No dia 29 colocamos 30
toneladas de cascalho na estrada. O problema é que caminhões madeireiros acabam
degradando”, opina.
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