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Promotoria de Justiça de Jaguarão ofereceu, nesta quarta-feira, 24, denúncia
contra seis Policiais Militares e um comparsa por tortura e coação no curso do
processo. Um dos PMs ainda é acusado de posse ilegal de um revólver calibre 38.
No dia 7 de setembro, os Policiais Militares Rodrigo de Freitas Neumann, Edison
Fernandes Pinto, Everton Radde da Silva, Julio Cesar Souza Vieira, Osni Silva
Freitas e Iara Luiza Vitória, com ajuda do comparsa Fabiano Miranda Caetano,
torturaram cinco vítimas, uma delas menor de 18 anos, para que informassem quem
tinha sido o responsável pelo furto à residência dos PMs Julio Cesar e Osni
Freitas.
A denúncia é
assinada pelos Promotores de Justiça Cláudia Rodrigues Pegoraro, de Jaguarão, e
Luciano Vaccaro, da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos
Institucionais.
O CASO
Na noite de 6 de
setembro, Osni Freitas e Julio Cesar Vieira tiveram suas residências furtadas.
Eles avisaram os colegas Rodrigo de Freitas Neumann, Edison Fernandes Pinto e
Everton Radde da Silva, que estavam de serviço naquela noite, sobre o ocorrido.
Já na madrugada de 7 de setembro, os Policiais, junto com Iara Luiza Vitória,
que não estava trabalhando, foram até as casas das cinco vítimas, uma a uma. A
cada invasão de residência, o grupo algemou suspeitos dos furtos e agrediu as
vítimas com chutes e socos para depois colocá-los dentro da viatura. Em seguida
se encaminharam para a chácara de propriedade de Julio Cesar, na localidade da
Santinha, interior de Jaguarão.
Na chácara, cada um
dos sequestrados foi novamente agredido, com a participação adicional de Osni,
Julio Cesar e Fabiano Caetano, desta vez com golpes de madeira e rebenque. Eles
também foram asfixiados com um saco plástico na cabeça. Um dos suspeitos do
furto foi colocado nu e algemado dentro do porta-malas da viatura e levado para
outro local, onde foi novamente agredido, até voltar para a chácara.
Osni e Iara ainda
são acusados de abuso de autoridade, porque obrigaram uma sexta vítima, ao
tentar buscar a motocicleta furtada de Osni, a entrar em uma viatura. Eles o
agrediram com coronhadas – um dos policiais colocou o cano do revólver na boca
dele e o ameaçou de morte. Eles ainda forjaram o flagrante, invadindo, sem
mandado judicial, a residência de um dos suspeitos e apreendendo objetos que
foram furtados dos PMs, o que invalidou a prova para a manutenção da prisão dos
suspeitos dos furtos.
Osni e Fabiano
Caetano também foram denunciados por coação no curso do processo, porque
ameaçaram, por telefone, que iriam matar as vítimas após a Promotoria ter sido
informada da situação.
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