Representantes da ONU condenaram veemente o novo ataque ocorrido na última quarta-feira (30) à terceira escola da ONU na Faixa de Gaza, onde 3.300 palestinos buscavam abrigo. Ao menos 15 pessoas morreram, incluindo quatro crianças e um guarda das Nações Unidas; dezenas de pessoas ficaram feridas.
“Nada é mais vergonhoso do que atacar crianças dormindo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Condeno o ataque veemente. É escandaloso e injustificável e requer responsabilização e justiça.”
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) também condenou o ataque, qualificando o ato como “uma afronta a todos nós, uma fonte de vergonha universal.” Ele lembrou que a localização precisa da escola para meninas Jabalia foi informada as forças israelenses poucas horas antes do ataque justamente como forma de assegurar sua proteção.
Por outro lado, a UNRWA voltou a achar foguetes escondidos em uma de suas antigas escolas e condenou o uso de suas instalações para guardar material bélico. O diretor de operações do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária (OCHA) esclareceu que os foguetes foram encontrados em escolas que tinham sido abandonadas pela ONU por causa da intensidade do conflito naquelas áreas e graças a diligência e investigação efetuada pela ONU.
“Quando os funcionários da ONU controlam as escolas, eles podem garantir que as instalações estão livres de armamento e que nenhuma arma é permitida dentro do prédio”, disse Ging. Ele também disse que os palestinos estão dominados por um “medo mortal” e que estão presos em um “drama traumático.”
Fonteiras fechadas
“Estão dizendo para eles que fujam dessas áreas, que encontrem outros abrigos, mas onde? Para onde eles devem fugir? No final, não temos a resposta para eles”, disse o diretor de operações, adicionando que diferente de outros conflitos que acontecem em outras partes do mundo, os palestinos não têm a opção de cruzar as fronteiras.
Enquanto isso em Nova York, o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, instou a todos aqueles envolvidos no conflito para “colocar as pessoas em primeiro lugar” e ver o alto preço que os civis estão pagando e o horror do que está acontecendo, e declarou que “este é o momento em você realmente tem que dizer basta.”
Ao menos seis funcionários da ONU foram mortos em Gaza desde o início do conflito e 133 escolas foram bombardeadas ou sofreram danos colaterais. Além de condenar os ataques de artilharia de Israel, Eliasson também criticou os ataques de foguetes lançados em direção à Israel e os ataques ao país orquestrados através das redes de túnel.
Segundo o relatório da situação em Gaza produzido pelo OCHA, até a quarta-feira (30) 1.263 palestinos foram mortos, incluindo 249 crianças. Do lado israelense, 56 soldados, 2 civis e 1 estrangeiro morreram. Mais de 245 mil palestinos se encontram agora refugiados dentro das escolas da ONU.
onu.org.br
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