Denúncias estão tramitando no Ministério Público e servidor foi exonerado.
Foto: José Cruz/Agência Brasil - Servidor é acusado de desviar recursos de jovem com deficiência desde 2016
Desvio - O caso de um servidor da secretaria de Assistência Social que teria desviado recursos de uma pessoa com deficiência para a própria conta veio à tona em meio às polêmicas envolvendo a pasta e a Câmara de Vereadores.
A denúncia, que está sendo investigada pelo MP, aponta que ele estaria recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de um jovem desde 2016.
Entre a série de denúncias a respeito da Secretaria de Assistência Social (SAS) que tem gerado polêmica nos últimos dias, uma delas é contra um servidor da pasta que teria recebido em uma conta própria os recursos do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de diversas pessoas atendidas pela SAS. Segundo fonte ouvida pela reportagem, ao menos 30 beneficiários foram lesados. O homem exercia uma função gratificada como diretor de alta complexidade.
Um dos casos é de um jovem contemplado pelo BPC que desde 2016 tinha seu benefício depositado diretamente na conta do servidor acusado. O documento, que foi encaminhado ao Ministério Público, diz que o beneficiário não recebia os recursos sob a alegação de que estava cancelado. Em agosto deste ano, a equipe técnica do setor em que ele é atendido foi surpreendida ao descobrir que o jovem estava com o BPC ativo e sendo depositado em conta no nome do servidor. Segundo a denúncia, o jovem não é curatelado, ou seja, responde por si mesmo e tem condições de gerir seus recursos.
As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público. O secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, diz, via assessoria de comunicação, que recebeu a denúncia no dia 14 de agosto. Segundo o secretário, o servidor foi exonerado e responde a um inquérito administrativo, aberto no dia 16 de agosto. Após a denúncia, a Procuradoria Geral do Município (PGM) recebeu uma lista de 11 acolhidos pela SAS que recebiam benefícios e estavam sob curatela do acusado. Segundo o Município, todo o andamento do caso está sendo compartilhado com o MP.
Prefeitura responde
Na sexta (6), a Câmara emitiu nota condenando a postura do secretário Tiago Bündchen. Em resposta as cobranças do Legislativo, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) encaminhou uma carta ao presidente Cesinha (PSB). A prefeita pede que as 18 “supostas denúncias” mencionadas pelo vereador Cauê Fuhro Souto (UB) sejam tornadas públicas.
Ela diz que a acusação envolvendo o servidor da SAS denunciado por desvio de recursos já era conhecida pelo próprio vereador e que as medidas cabíveis já foram adotadas. “As demais 17 acusações que ele diz ter ainda não vieram a público”, escreve.
Sobre a postura de Tiago Bündchen, a prefeita diz que a atitude não teve aval do governo. “Tratou-se de uma atitude humana, de alguém querendo se defender diante de graves acusações”, afirma a carta.
O secretário Tiago Bündchen também enviou uma carta ao Legislativo. Nela, diz que foi à Câmara para buscar conhecer as denúncias e que desconhecia a necessidade de se identificar. Ele diz que em nenhum momento se aproximou do vereador Cauê ou se dirigiu a ele. “Não tive a intenção de ser desrespeitoso, afrontoso ou nada nesse sentido, embora tenha ficado abalado com as alegações do vereador na tribuna”, escreveu.
Entenda
O anúncio de Cauê Fuhro Souto de que teria recebido cerca de 18 denúncias contra a Secretaria de Assistência Social gerou curiosidade e polêmica ao longo desta semana. Na quarta-feira, o secretário Tiago Bündchen foi até a Câmara para cobrar esclarecimentos do vereador. O gesto foi visto como uma forma de intimidação pelos vereadores, que condenaram a postura do secretário e cobraram um posicionamento do Executivo.
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