Um advogado de Caçapava do Sul que teria sido procurado por Marco Gilberto Müller Becker Filho prestou depoimento, ontem, na delegacia da Polícia Civil de Formigueiro. A testemunha foi ouvida a pedido da advogada Ana Elisa Telesca Mota, que trabalha na defesa do suspeito de praticar o maior golpe da pecuária do Rio Grande do Sul, cujo prejuízo para as mais de 80 vítimas supera R$ 30 milhões.
Considerada pela defesa como uma testemunha-chave para provar a inocência do suspeito, o advogado falou por pouco mais de uma hora ao comissário Edson Heinle e ao delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, responsável pelo inquérito em Formigueiro. O advogado disse que havia sido contratado para tentar interceder nas negociações com pecuaristas para quem Becker Filho devia mais de R$ 1 milhão.
Para Firmino, contudo, a versão apresentada pela testemunha não trouxe muita novidade ao caso.
- A gente vai checar as informações ditas para ver se alguma coisa procede, mas pelo depoimento, foi mais uma testemunha normal - diz o delegado.
Para a advogada Ana Elisa, o depoimento de ontem foi importante e pode ajudar a esclarecer a verdade sobre as denúncias contra o seu cliente.
- A inocência (de Becker Filho) começa a ser provada - afirma Ana Elisa, que evitou entrar em detalhes sobre o conteúdo do que foi dito à polícia.
VÍDEO
O suposto golpe teria feito vítimas em pelo menos 14 municípios gaúchos. Becker Filho é investigado por comprar animais a preços mais altos, com promessa de pagamento a prazo. Em seguida, revendia o gado para outros compradores, em geral por valores abaixo do que havia pago. Contudo, ele recebia o dinheiro à vista.
novo caso
Quase duas semanas depois da prisão de Becker Filho, pecuaristas da região seguem registrando que foram vítimas do atravessador. Na tarde de ontem, pouco depois do depoimento da testemunha de defesa do atravessor, o pecuarista Nilvo Vitório Bueno, de Formigueiro, procurou a delegacia da cidade para registrar mais uma ocorrência contra o suspeito de golpe.
Bueno diz que vendeu 33 bois para o suspeito, mas não recebeu os R$ 110 mil pelos animais. Por pouco, o prejuízo não foi ainda maior, já que a intenção era vender 60 bois.
- Vou tentar receber. É meio difícil, é muita gente no calote -relata o pecuarista.
Fonte: Bei Diário de Santa Maria
Créditos: Maurício Barbosa
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