Na denúncia protocolada nesta sexta-feira, a promotora relata que em 18 de junho de 2020, no Hospital de Caridade de Canguçu, o médico “praticou, mediante violência, meio que não pode oferecer resistência e com violação de dever inerente à profissão, ato libidinoso diverso da conjunção carnal”. A vítima estava em início de trabalho de parto. Para a promotora, a impossibilidade de resistência foi acentuada pelo fato de o profissional ser o único obstetra de plantão no único hospital de Canguçu, fazendo com que a vítima dependesse daquele atendimento.
O denunciado, na condição de médico ginecologista e obstetra, aproveitou-se do fato de a vítima, em estágio final de gestação e com início de contrações, acreditar que estava se submetendo a exame clínico, massageou o seu clitóris sem o uso de luvas de proteção, sob a justificativa de que precisaria masturbá-la para aumentar as contrações. “A ofendida, jovem e inexperiente, extremamente desconfortável e com dores, solicitou a entrada de sua genitora na sala. Entretanto, o acusado a impediu de chamá-la, e prosseguiu na realização dos atos libidinosos apesar dos insistentes pedidos de que cessasse. Durante a conduta libidinosa, o denunciado usou de força excessiva (violência) e ‘empurrou o útero’, causando dor que levou a vítima às lágrimas, e fazendo com que ela deixasse o local com sangramento. A vulnerabilidade da vítima no momento dos fatos ainda se evidencia pelo poder da autoridade médica e da confiança depositada nesse profissional de saúde, com quem ela se encontrava a sós na sala de exames”, descreve a promotora na peça.
Os demais crimes constantes na denúncia desta sexta, contra seis vítimas, ocorreram entre fevereiro de 2012 e março de 2017.
https://www.mprs.mp.br/noticias/52997/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são de inteira responsabilidade do leitor e não representam a opinião do Blog