Em sentença proferida na noite dessa quinta-feira (23/6), a Juíza de Direito Hélen Fernandes Paiva, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Canguçu, condenou Cairo Roberto de Ávila Barbosa a 16 anos e 05 meses de prisão, em regime fechado, por violação sexual de nove pacientes. O réu está preso e não poderá apelar em liberdade.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o médico ginecologista e obstetra praticava os abusos em atendimento de pacientes, algumas grávidas, no seu consultório e no hospital da cidade de Canguçu.
A denúncia foi aceita pela Justiça em junho do ano passado, ocasião em que foi decretada a prisão preventiva do acusado.
Segundo a Juíza, as vítimas "relataram terem a sensação de que o procedimento adotado era, no mínimo, estranho, contudo não tiveram a certeza de que se tratava de um abuso sexual, já que tentaram acreditar no procedimento adotado pelo renomado médico".
Na sentença, a magistrada também destaca que após o recebimento da denúncia pela Justiça, "centenas de denúncias surgiram após o caso vir à tona, de mulheres de variadas localidades, inclusive de fora do Estado do Rio Grande do Sul, o que afasta a existência de eventual grupo criminoso voltado para tirar dinheiro do réu, como levantado pela defesa pessoal do réu".
"Inviável acatar a tese de que houve consentimento por parte das vítimas, justamente em razão da fraude empregada, que impossibilitava a imediata identificação do abuso sofrido, levando as vítimas a acreditarem, ou esforçarem-se para acreditar, que o que estava acontecendo era normal".
Além da pena, foi fixada indenização de R$ 25 mil para cada uma das vítimas.
O processo tramita em segredo de justiça.
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