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quinta-feira, 10 de março de 2016

Polícia Ambiental apreende caminhão com quatro toneladas de peixe sem procedência

Polícia Ambiental apreende caminhão com quatro toneladas de peixe sem procedência
Foto: Fabio Dutra/JA
Na tarde desta quarta (9), a partir de uma denúncia anônima, a Polícia Ambiental da Brigada Militar interceptou, na BR-471, próximo à localidade da Capilha, um caminhão baú Mercedes – com placas de Arambaré – que estava vindo de Santa Vitória do Palmar transportando, aproximadamente, quatro toneladas de filé de viola, sem nenhuma nota ou procedência que especificasse sua origem e beneficiamento. Segundo o sargento da Ambiental, Diorge, o peixe beneficiado – quando sua carne é transformada em produtos mais elaborados, como o filé – não tinha nenhuma procedência, o que é muito perigoso, pois, segundo ele, na cidade de Santa Vitória do Palmar, não existe nenhuma empresa de beneficiamento de pescado. “Não temos como saber a procedência do peixe, onde ele foi beneficiado, qual água foi utilizada no congelamento. Desta forma, o produto não é próprio para o consumo humano”, explicou. Segundo os policiais, infelizmente, o alimento não poderá ser doado para consumo, e a carga será entregue para a fábrica Faro, que beneficia resíduos em Pelotas. Várias denúncias Conforme informações da Ambiental, o motorista autuado já teria sido alvo de outras denúncias e era conhecido pelo apelido de “Peteco” pelos policiais. - Ele já era conhecido, já havia outras denúncias contra ele e, desta vez, o denunciante informou tudo direitinho, a cor do veículo e até onde ele parou pra almoçar. Agora, ele será autuado pelo crime contra as relações de consumo, do art. 7º da Lei nº 8.137/90, que fala sobre alimentos impróprios ao consumo - explicou o soldado Kleinicke. Escolta Além do transporte do pescado sem procedência, outra irregularidade foi apurada no caso: o caminhão estava sendo acompanhado por um veículo “de escolta”, de uma empresa de Camaquã. A empresa – de propriedade de um sargento reformado da BM – é apenas de alarmes, porém, o veículo tinha adesivado expressões como “Operações Especiais”, o que é proibido. Segundo o delegado da Polícia Federal, Glauber Diehl, “os veículos não podem utilizar palavras como operações especiais e nem símbolos que possam confundi-los com a força de segurança pública”. Ainda, segundo Diehl, o dono da empresa foi encaminhado à Polícia Federal, e a “empresa será autuada e encerrará suas atividades no tocante à vigilância”. O motorista do caminhão – que teria requisitado a escolta ilegal – alegou que, em sua última viagem a Santa Vitória do Palmar, teria sido alvejado com 17 tiros por outros comerciantes que, segundo ele, não desejavam sua entrada no mercado de pescado da cidade.

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