Foto: Fabio Dutra/JA
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Na tarde desta quarta (9), a
partir de uma denúncia anônima, a Polícia Ambiental da Brigada Militar
interceptou, na BR-471, próximo à localidade da Capilha, um caminhão baú
Mercedes – com placas de Arambaré – que estava vindo de Santa Vitória do Palmar
transportando, aproximadamente, quatro toneladas de filé de viola, sem nenhuma
nota ou procedência que especificasse sua origem e beneficiamento. Segundo o
sargento da Ambiental, Diorge, o peixe beneficiado – quando sua carne é
transformada em produtos mais elaborados, como o filé – não tinha nenhuma
procedência, o que é muito perigoso, pois, segundo ele, na cidade de Santa
Vitória do Palmar, não existe nenhuma empresa de beneficiamento de pescado.
“Não temos como saber a procedência do peixe, onde ele foi beneficiado, qual
água foi utilizada no congelamento. Desta forma, o produto não é próprio para o
consumo humano”, explicou. Segundo os policiais, infelizmente, o alimento não
poderá ser doado para consumo, e a carga será entregue para a fábrica Faro, que
beneficia resíduos em Pelotas. Várias denúncias Conforme informações da
Ambiental, o motorista autuado já teria sido alvo de outras denúncias e era
conhecido pelo apelido de “Peteco” pelos policiais. - Ele já era conhecido, já
havia outras denúncias contra ele e, desta vez, o denunciante informou tudo
direitinho, a cor do veículo e até onde ele parou pra almoçar. Agora, ele será
autuado pelo crime contra as relações de consumo, do art. 7º da Lei nº
8.137/90, que fala sobre alimentos impróprios ao consumo - explicou o soldado
Kleinicke. Escolta Além do transporte do pescado sem procedência, outra
irregularidade foi apurada no caso: o caminhão estava sendo acompanhado por um
veículo “de escolta”, de uma empresa de Camaquã. A empresa – de propriedade de
um sargento reformado da BM – é apenas de alarmes, porém, o veículo tinha
adesivado expressões como “Operações Especiais”, o que é proibido. Segundo o
delegado da Polícia Federal, Glauber Diehl, “os veículos não podem utilizar
palavras como operações especiais e nem símbolos que possam confundi-los com a
força de segurança pública”. Ainda, segundo Diehl, o dono da empresa foi
encaminhado à Polícia Federal, e a “empresa será autuada e encerrará suas
atividades no tocante à vigilância”. O motorista do caminhão – que teria
requisitado a escolta ilegal – alegou que, em sua última viagem a Santa Vitória
do Palmar, teria sido alvejado com 17 tiros por outros comerciantes que,
segundo ele, não desejavam sua entrada no mercado de pescado da cidade.
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